Primeiro aniversário promove mudanças no cardápio do bebê

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Primeiro aniversário promove mudanças no cardápio do bebê



Leite de vaca fica fora do cardápio dos bebês Foto: Shutterstock
Leite de vaca fica fora do cardápio dos bebês
Foto: Shutterstock

Quando atinge os seis meses, o bebê ganha o direito de saborear outros alimentos, além do leite materno. Mas isso não significa que a criança possa comer qualquer coisa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no sexto mês, aumenta o leque de opções da dieta infantil, porém, algumas restrições perduram, já que o sistema imunológico da criança ainda não está preparado para receber todos os tipos de alimentos.
Segundo a nutricionista Vânia Barberan, muitos itens só podem ser oferecidos mais tarde. Peixe e mel são dois deles. Ambos contêm uma quantidade alta de antígenos, o que pode prejudicar o amadurecimento do sistema imunológico do bebê. O mel, que substitui o açúcar ou vira remédio caseiro, deve ser evitado antes dos 24 meses. A razão é a possibilidade de que contenha esporos do micro-organismo Clostridium botulinum, causador do botulismo.
Carne de porco, crustáceos e cogumelos são alimentos também contraindicados antes do primeiro ano, por seu poder antigênico. No caso do peixe, Vânia faz uma ressalva. “Em algumas comunidades ribeirinhas, compostas quase que exclusivamente por pescadores, dar peixe é melhor do que não fornecer nenhum tipo de proteína”, diz.
Leite de vaca é outro item que deve ser mantido fora do cardápio até, pelo menos, o primeiro ano. Já o materno pode figurar no cardápio infantil até o 24º mês, quando o sistema imunológico fica completamente estabelecido. “O melhor leite é sempre o da mãe”, afirma a nutricionista. Mesmo sem a amamentação, o leite de vaca não é indicado. Nesse caso, a recomendação é que se consuma leites fabricados especificamente para crianças, com fórmulas elaboradas para atender às necessidades de cada faixa etária.
Seja saudável
Alimentos artificiais, condimentados, com corantes ou conservantes químicos, alto teor de gordura, ricos em sódio ou em açúcares também devem ser evitados ao máximo - não apenas no primeiro ano, mas por toda a vida. O momento em que a criança começa a comer a mesma comida que o resto da família pode representar uma boa oportunidade para que todos passem a se alimentar de forma mais saudável.
Quando os especialistas afirmam que a partir do primeiro ano as crianças podem compartilhar os pratos com a família, referem-se a um padrão de alimentação cada vez mais distante do encontrado nos lares brasileiros. Pratos pré-prontos ou congelados, por exemplo, deveriam ser evitados. Vânia cita ainda um exemplo menos óbvio: o feijão. “Ao recomendar que a criança coma feijão, não está incluída a carne que costuma ser adicionada para temperar, muitas vezes gordurosa e pouco saudável”, diz.
Modo de preparo 
A alimentação ideal para as crianças menores deve ser variada, com frutas, legumes, verduras e carnes preparadas de maneira simples. Mesmo alimentos saudáveis podem “perder pontos” dependendo de como forem preparados, visto que alguns temperos tradicionais estão sendo substituídos por versões industrializadas, como caldos prontos. Para Vânia, o cardápio deve ser montado com bom senso dos pais. “Não precisa ser especialista para saber que não é bom oferecer mocotó para uma criança tão pequena”, reforça.
A maneira como são apresentados os ingredientes também pode fazer a diferença. O início da alimentação com sólidos é uma época de experimentação e aprendizado. Cores, sabores, aromas, tudo é novidade. Por isso, a introdução de itens diferentes no cardápio deve ocorrer aos poucos, com paciência. Conforme Vânia, é importante lembrar que a época das papinhas já passou. “A comida não pode ser servida liquidificada, muito misturada, pois isso atrapalha a familiarização da criança com as texturas dos alimentos”.

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