Crianças se alimentam mal e comem menos vezes do que deveriam por dia, diz estudo




Camilla Muniz
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Cada vez mais crianças vêm se alimentando mal em termos de qualidade e quantidade. Uma pesquisa da empresa Millward Brown, realizada com duas mil mães brasileiras, revelou que 46% dos pequenos entre 1 e 10 anos não tomam café da manhã. O almoço é pulado por 20%, e o jantar, por 23%. Para agravar o cenário, 90% da população infantil belisca biscoitos e salgadinhos nos intervalos das refeições.
— São dados da modernidade. As crianças de hoje são filhos de uma geração que só comia sanduíche no jantar. Isso gerou mudança na distribuição das refeições — analisa a nutricionista Vânia Barberan, do Conselho Regional de Nutricionistas 4 Região.
Segundo o pediatra Luiz Anderson Lopes, crianças precisam de oferta nutricional diferente da dos adultos. Portanto, mesmo se os pais trocarem o jantar por um lanche, os pequenos devem fazer a refeição tradicional.
Erros alimentares causam alterações metabólicas ao organismo, que podem comprometer a absorção de nutrientes e trazer prejuízos diretos ao crescimento.
— Não só alimentos, mas horários errados para comer podem levar, em longo prazo, à obesidade e comorbidades, como diabetes e hipertensão arterial — explica Lopes, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor da Universidade Federal de São Paulo.
Comedores seletivos são quase 50%
O estudo mostrou ainda que 45% das crianças são comedores seletivos, ou seja, só querem o prato favorito e fecham a cara para verduras e legumes. De acordo com a nutricionista Vânia Barberan, parte da culpa é dos pais:
— A criança só fica seletiva porque teve oportunidade de conhecer as "besteiras".
Para o pediatra Luiz Anderson Lopes, a solução para o problema é simples:
— Não se deve oferecer alternativa. Se não comeu a comida, é porque não está com fome para outras coisas.



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