Cristal, refinado, de confeiteiro, orgânico, light ou magro, mascavo, demerara e vanille. São vários os tipos de açúcar disponíveis no mercado, isto sem falar em outras substâncias naturais

Por: Pamela Araujo 20/10/2013  Jornal O Fluminense

Refinado: o tipo mais consumido pelos brasileiros passa por diversos processos de produção. Foto: Divulgação
Cristal, refinado, de confeiteiro, orgânico, light ou magro, mascavo, demerara e vanille. São vários os tipos de açúcar disponíveis no mercado, isto sem falar em outras substâncias naturais usualmente utilizadas para adoçar, como o mel. Mas para quem pensa que é tudo igual, engana-se. Além das cores e texturas diferentes, os açúcares têm matérias-primas, processos de produção e até teor calórico diferenciados, o que torna algumas opções mais recomendáveis que outras. 
As nutricionistas Anna Paola Conde e Vânia Barberan destacam a importância de se conhecer os diversos açúcares e suas indicações. Para elas, a escolha deve ir além do tradicional refinado, um dos tipos mais consumidos pelos brasileiros. 
“Este tipo de açúcar passa por diversos processos de produção, como cozimento, clareamento e refino, e deve ser usado apenas na falta dos outros. Já o de confeiteiro possui ainda mais processos e acréscimo de ingredientes desumidificantes, sendo indicado apenas no preparo de doces e confeitos”, orienta Vânia. 
Considerando os riscos do refinamento à saúde (em decorrência da adição de produtos químicos que o deixam soltinho, branquinho, fininho e pobre em termos nutricionais), o orgânico seria o mais indicado, seguido do cristal. Mas, independentemente da escolha, Anna alerta para o controle do produto, que deve sempre ser consumido o mínimo possível, sob risco de levar à obesidade e suas comorbidades, como a diabetes e doenças cardiovasculares. 
Questionada sobre a melhor opção, Vânia considera o açúcar demerara, também conhecido como dourado devido à sua coloração, por ter sofrido menor processo de refinamento, além de não alterar o sabor do alimento que está sendo adicionado (que é o caso do mascavo), principalmente sucos, café e leite. 
Outra opção saudável, quando moderada, é substituir o açúcar pelo mel ou melado, em frutas, bolos e doces. Ou ainda, a calda de agave (cacto) e a glicose de milho. 
“Melhora a qualidade do alimento, já que esses produtos são integrais e oferecem algumas vitaminas e minerais além do carboidrato”, informa Vânia, acrescentando: “O açúcar, principalmente o refinado, não é necessário para a nossa vida, é somente mais uma fonte de carboidratos e deveria estar presente na sua forma original, que é compondo o alimento de origem, assim ao ser ingerido seria acompanhado de fibras, vitaminas e minerais que enriqueceriam a refeição. Não vejo problema no uso do melado acompanhando uma fruta, mas aconselho sempre o consumo da fruta pura”. 
Anna, no entanto, reforça que o ideal seria não usar qualquer substância para adoçar o alimento. 
“Este é um hábito desnecessário em alguns casos. Devemos aprender a gostar dos alimentos com o sabor deles e não alterar com um adoçante. O consumo de frutas ou sucos deveria ser sem nenhum acréscimo de algo doce, caso a fruta não esteja madura o suficiente para estar doce, podemos misturar com outra mais adocicada ao invés de acrescentar o açúcar”, diz. 
Já sobre a febre do momento, o açúcar light ou magro, que possui até 50% menos calorias que os demais, Vânia faz ressalvas quanto ao seu uso, uma vez que além do processo de refinamento, tem acréscimo de adoçantes, como o aspartame, em sua composição. 
“Não aconselho o uso desse açúcar pela populaç ão, porque se ele tem adoçante, é necessário algum controle para se saber o consumo diário, e não tenho visto grandes resultados no emagrecimento só com essa mudança. Acredito em uma série de alterações nos hábitos alimentares como possibilidade de emagrecimento”, conclui, indicando-o apenas aos diabéticos, e com moderação. 

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