Conheça os diferentes tipos de açúcares e adoçantes

14 DE ABRIL DE 2015

Os açúcares são obtidos a partir da cana-de-açúcar, passando ou não por diversas etapas até chegar ao açúcar refinado – o tipo mais comum na mesa do brasileiro. Para dar mais doçura aos sucos, chás, café, bolos e doces existem vários tipos de açúcares e adoçantes, além do refinado, que podem ser naturais ou artificiais. Mas qual usar? Qual é melhor? Conheça mais sobre cada um e saiba diferenciá-los!

Açúcar mascavo

É a extração bruta a partir da cana de açúcar, ou seja, não passa por nenhum processo de refinamento e, por isso, preserva seus minerais. É a melhor opção para quem não abre mão do doce do açúcar e que não está em uma dieta de restrição calórica, além de ter um custo mais acessível que o orgânico.

Açúcar demerara

Passa por leve refinamento em comparação com o mascavo, mas ainda assim mantém seus minerais. Tem o sabor um pouco menos encorpado que o mascavo, assim, sua aceitabilidade costuma ser maior.

Açúcar refinado

Também chamado de sacarose, é o mais comum e o que passa por maior processo de refinamento, ou seja, perde mais de 90% de seus nutrientes, restando apenas as calorias. Utilizado como adoçante de mesa, nas bebidas industrializadas e receitas de bolos.

Açúcar cristal

Passa por menos processos de refinamento para ficar na forma de cristais grandes e transparentes, sendo mais apropriado para o uso culinário. No entanto, também perde cerca de 90% dos seus nutrientes. É a partir dele que são produzidos os tipos refinado e de confeiteiro.

Açúcar orgânico

Produzido a partir de técnicas sustentáveis e sem uso de aditivos químicos, o açúcar orgânico é campeão em outro quesito: não passa por processo de refinamento. Sendo assim, mantém sua composição nutricional semelhante ao mascavo.

Açúcar de confeiteiro

Após os processos de purificação até a secagem, forma-se o açúcar cristal. A partir daqui são incluídos mais processos para que haja separação dos grãos em menor tamanho. Para o açúcar de confeiteiro o amido é adicionado e utilizado em finalizações de receitas doces.

Açúcar light

Combinação do açúcar refinado (ou sacarose) com a sucralose, adoçante artificial. A sucralose é 600 vezes mais doce que o açúcar, assim permite que o consumidor sinta mais o sabor doce, com menos quantidade de açúcar.

Açúcar de coco

Extraído do fluido das flores da palma de coco, após aquecimento e trituração para que os cristais formados se dissolvam. Ficou conhecido por apresentar um baixo índice glicêmico e boa palatabilidade.

Stevia

As folhas da Stevia rebaudiana possuem substâncias chamadas glicosídeos que chegam a adoçar 300 vezes mais que o açúcar. É um adoçante bem antigo, quase não possui calorias, estável em altas e baixas temperaturas. Por ser natural, é uma boa opção para quem precisa restringir calorias, mas não deixa de lado o sabor doce dos alimentos.

Xilitol

Xilitol é um álcool de açúcar com propriedades muito peculiares: não depende da insulina para ser metabolizado (ponto para os diabéticos), reduz a incidência de cáries (ponto para as crianças) e muito utilizado por aqueles que não toleram fisiologicamente açúcares e adoçantes artificiais e naturais. O xilitol ganhou espaço entre um público muito especial: os autistas. A aparência e o sabor são semelhantes ao açúcar.

Aspartame/ciclamato/sacarina/sucralose

Os adoçantes artificiais foram criados inicialmente para os diabéticos, mas por não conter calorias e adoçarem entre 300 a 600 vezes mais que o açúcar comum, ganhou os consumidores com excesso de peso. Alguns estudos atuais mostram que o alto consumo pode alterar a atuação de alguns genes, bem como desenvolver câncer e Alzheimer. No entanto, o maior problema que eles poderiam causar é “enganar” o cérebro: o organismo ao detectar o sabor doce, se prepara para metabolizá-lo. E é o que não acontece, pois não possui calorias. Assim, pode disparar alguns sinais, inclusive de fome.

Sucralose

Produzido a partir da cloração da sacarose e da inversão de sua configuração, apresenta baixa absorção pelo trato gastrointestinal e, assim, não oferece calorias. Com poder adoçante 600 vezes maior que a sacarose, é bem aceito por não apresentar retrogosto (aquele sabor residual presente em outros adoçantes). Uma vez que não apresenta calorias, pode disparar o mesmo efeito dos outros adoçantes artificiais. Embora seja aprovado pelas autoridades de segurança alimentar em todo o mundo, ainda são poucos estudos disponíveis acerca de sua segurança para consumo por todas as faixas etárias.

Frutose

É o açúcar encontrado naturalmente nas frutas, enquanto que o xarope de milho de alta frutose (HFCS – do inglês High Fructose Corn Syrup) é uma combinação de 50% de glicose e 50% de frutose. Embora sejam as mesmas substâncias presentes em qualquer açúcar, a forma como são metabolizadas é diferente. A frutose não requer insulina, e por esse motivo faz parte de uma via metabólica que passa pelo fígado e a armazena como gordura. Quando ela é consumida através das frutas, junto vão os nutrientes e a quantidade é muito menor se comparada ao HFCS, presente em bebidas de caixinha, balas, doces e refrigerantes.

Melado (melaço de cana)

É a forma líquida extraída direto da cana, conservando muitos nutrientes e com bom poder adoçante. Recomenda-se pelo poder nutritivo, mas possui calorias, assim como os outros açúcares.

Mel

É o adoçante mais antigo do mundo e ainda que também tenha boas quantidades de glicose e frutose, é rico em diversos nutrientes.

Calda de agave

Extraída de um cacto, tem 80% frutose, bom poder adoçante, mas deve ser consumida com cautela. Seu excesso pode aumentar a gordura acumulada no fígado. É um adoçante calórico, por isso, deve ser usado moderadamente por quem precisa perder peso.

Adoçar sim, mas com cuidado

O sabor doce faz parte da nossa alimentação e não é obrigatório evitá-lo, afinal comer também é um prazer. A escolha do adoçante certo dependerá de muitos fatores: estilo de vida, alimentação, doenças (diabetes, hipertensão, Alzheimer), idade, gestação, atividade física, e entre outros. Para uma criança fisicamente ativa e saudável e que não abre mão do suco de limão adoçado, por exemplo, utilizar pequena quantidade de açúcar mascavo (cheio de nutrientes) ou, melhor ainda, o açúcar orgânico pode ser uma boa saída. Para os diabéticos, a stevia, o xilitol e o açúcar de coco podem ser inseridos na alimentação após a avaliação de um nutricionista. Os dois primeiros não requerem insulina e o terceiro possui baixo índice glicêmico. Qualquer faixa etária deve evitar o consumo de adoçantes artificiais, uma vez que já surgiram estudos demonstrando seus malefícios e não se sabe quais serão seus efeitos colaterais no futuro. Melado, calda de agave e mel são muito utilizados em frutas, iogurtes e sucos, e podem ser utilizados pelos indivíduos fisicamente ativos e saudáveis. Seja qual for seu adoçante escolhido, tenha a consciência de que eles não devem substituir nenhum alimento e não servem para “matar a fome”. Pesquisas demonstram que açúcares em excesso estão fortemente relacionados com doenças cardiovasculares e neurológicas. Aprenda a saborear alimentos e bebidas em sua forma natural, e caso seja necessário, utilize-os em pequenas doses. Biologicamente, seres humanos possuem seu paladar doce aguçado e quanto mais cedo tiver contato com essa experiência, maior será sua necessidade.

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